Super Mario Bros. O Filme | Crítica

Leve e aconchegante, a nova animação do Mario e companhia é uma ótima nostalgia para os mais velhos e uma bela porta de entrada para os mais novos

5/5 — Excelente

Gabriel Caiafa

Após ‘Pokémon: Detetive Pikachu’ (Warner Bros. Pictures/2019), ‘Sonic — O Filme’ (Paramount Pictures/2020) e ‘Sonic 2 — O Filme’ (Paramount Pictures/2022), filmes de grandes jogos clássicos da Nintendo, chegou a vez do Mario ganhar sua adaptação, que se difere dos filmes anteriormente adaptados da empresa, já que Super Mario Bros. O Filme é feito inteiramente em animação e não mistura live action com os efeitos de computador, o que é um grande acerto, já que o visual é extremamente agradável de assistir com uma animação 3D linda.

Super Mario Bros. é um filme baseado na série de vídeo games, da Nintendo. Em Super Mario Bros. — O Filme, Mario (Chris Pratt/Raphael Rossatto) é um encanador no bairro de Brooklyn junto com seu irmão Luigi (Charlie Day/Manolo Rey). Um dia, Mario e Luigi vão para no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach (Anya Taylor-Joy/Carina Eiras), mas ameaçado pelo rei dos Koopas, Bowser (Jack Black/Márcio Dondi), que vai fazer de tudo para conseguir reinar todos os lugares. É então quando Luigi é raptado por Bowser e o usa para procurar Mario, o único capaz de deter o Koopa e reestabelecer a paz. Mario terá que aprender como viver nesse novo reino perigoso, passando por vários biomas, aprender a dirigir carros, utilizar itens que o fazem soltar bolas de fogo das mãos, virar um animal e andar em plataformas nada confiáveis. Também estará acompanhado de amigos, como Toad (Keegan-Michael Key/Eduardo Drummond) e Donkey Kong (Seth Rogan/Pedro Azevedo).

Nostalgia é a palavra que define o longa. Além de trazer visuais de vários cenários dos jogos, músicas temas, roupas, detalhes e, é claro, personagens icônicos, a cada momento aparece uma referência, grande ou pequena, escondida ou bem aparente, aos diversos jogos do universo do Mario. Toda a história faz sentido pelo que é apresentada, os elementos se encaixam como um jogo, onde o aprendizado de como jogar, as diferentes fases sendo retratadas com os cenários que os personagens vão passando e cada “chefão” derrotado nos traz a sensação de vermos uma grande gameplay (jogatina) do Mario.

O filme faz jus ao título, focando bem na relação de irmão entre Mario e Luigi, onde ambos sentem a necessidade do outro e tentam sempre fazer as coisas juntos, quando podem. Isso fica explicito logo ao final, quando Mario tem a chance de assumir o protagonismo, mas compartilha o momento de grandeza com o irmão. A busca incansável do Mario para resgatar Luigi também mostra esse amor de irmãos que sempre defenderam uma ao outro e isso difere dos jogos onde o Mario faz sua jornada para salvar a princesa.

A relação Bowser e Peach também é interessante pela semelhança de história que sempre foi contada, mas dessa vez a princesa não é retratada tão frágil, como sempre. Peach é uma líder nata, que vai para luta e é bem articulada para sair de situações conflitantes com Bowser, que chega a ser cômico por demonstrar seus sentimentos ao mesmo tempo que simplesmente quer conquistar o mundo por poder. Toad e Donkey Kong são coadjuvantes em uma história que dá o tempo de tela suficiente para cada um e explora suas melhores versões, onde Toad é cômico na medida certa e Donkey é um antagonista para Mario, assim como na primeira aparição do encanador nos jogos.

Uma bela animação, tanto visualmente quando emocionalmente, faz com que todas as gerações conquistem um apreço pelo filme, seus personagens e pela simples, mas bem contada e sem necessidade de ser complexa ou inovadora, história. A Nintendo vem entendendo o poder dos personagens que tem em mãos, trazendo novos filmes e séries de suas maiores marcas, que até agora não decepcionaram e deixam o público ansioso para próximos conteúdos.