Hypnotic — Ameaça Invisível | Crítica

Gabriel Caiafa
2 min readOct 24, 2023

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Mais um longa que envolve hipnose, mas que não se aprofunda em sua mitologia

3/5 — Bom

Gabriel Caiafa

Filmes que brincam com a “poderes palpáveis” são sempre intrigantes, tal qual controlar seus sonhos como em “A Origem” (2010) ou ser um grande mágico como em “Truque de Mestre” (2013). Hypnotic é um filme que lembra o intuito desses dois citados, com habilidades reais que são levadas a um nível maior, mas não chega a trazer um ritmo constante, mesmo com uma ideia interessante.

Danny Rourke (Ben Affleck) é um policial detetive afastado de seu cargo desde que uma tragédia se abate sobre sua família: sua filha Minnie (Hala Finley) foi raptada em um parque e segue desaparecida desde então. Por fazer terapia, Danny acaba de ser liberado para voltar à sua rotina e se junta a seu parceiro Nicks (J.D. Pardo) para investigar a denúncia de um possível assalto a banco. Enquanto observam as movimentações nos arredores, Danny percebe algo incomum num suspeito (William Fichtner): ele parece dar comandos às pessoas na rua e curvá-las para fazer sua própria vontade. Diante do ineditismo da situação, Danny não poupará esforços para descobrir o que realmente está acontecendo, mesmo que isso o leve a confiar na cartomante Diana Cruz (Alice Braga) cuja reputação é questionável.

Conforme o filme vai passando, a falta de explicação de certas motivações e facilidades de roteiro vão sendo explicadas com as revelações em plot twists. Sempre o telespectador fica desconfiado com praticamente todos os personagens e se o que está sendo mostrado é, de fato, real. O ciclo de quebra de confiança e reconquista, por diversas vezes, vindo de diferentes elementos da trama, faz com que sempre as revelações sejam surpreendentes e brinquem com a realidade mostrada, até mesmo com o “lado certo” da história.

O grande destaque de atuação fica com William Fichtner, que interpreta o vilão Dellrayne. Em momentos de ação, ele entrega com poucas palavras uma presença de forma poderosa e confiança superiores aos personagens principais. Affleck e Braga formam uma boa dupla, por mais que a personagem de Alice seja o artifício de roteiro usado para explicar cada detalhe para o público.

Com 93 minutos, o filme não parece ser tão curto por conta de toda a ação e reviravoltas, por mais corrido que seja. O terceiro ato consegue trazer tensão e ação suficiente para tirar o fôlego de quem assiste, compensando um pouco o segundo ato morno. Com uma cena pós-créditos que traz a promessa de uma sequência, Ameaça Invisível pode abusar mais dos seus grandes nomes de elenco e trazer um envolvimento maior com o público e uma história que não se sustente só em seus plot twists.

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Gabriel Caiafa

Acredito que críticas podem ser acessíveis e não elitistas. Aqui, os meus textos tendem a ser com uma escrita descomplicada, porém técnica e sem spoilers!