Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania | Crítica

Gabriel Caiafa
3 min readFeb 20, 2023

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Kang rouba o protagonismo com sua força e com a promessa de ser um dos melhores vilões da Marvel

3/5 — Bom

Gabriel Caiafa

Homem-Formiga sempre foi apresentado como um alívio cômico, com participações leves e filmes sem grandes ameaças. Quantumania vem para se diferenciar na trilogia do personagem, mantendo sua essência familiar, com mais ação e um vilão maior que o herói.

Scott Lang (Paul Rudd) lida com as consequências de suas escolhas tanto como super-herói quanto como pai. Enquanto tenta reequilibrar sua vida com suas responsabilidades como o Homem-Formiga, ele é confrontado por Hope van Dyne (Evangeline Lilly) e Dr. Hank Pym (Michael Douglas) com uma nova missão urgente. Scott deve mais uma vez vestir o uniforme e aprender a lutar ao lado da Vespa, trabalhando em conjunto para descobrir segredos do passado. Além disso, o Homem-Formiga e a Vespa terão que deter o terrível vilão Kang, o Conquistador (Jonathan Majors).

Sem dúvida nenhuma, a escolha de Jonathan Majors para viver o vilão multiversal Kang, foi certeira. Pudemos ver sua primeira aparição no episódio final da primeira temporada de ‘Loki’ (2021/Disney+), como a variante ‘Aquele que Permanece’, e agora em Quantumania como ‘Kang, o Conquistador’. Em ambas interpretações, Majors consegue distinguir as personalidades e trazer seu talento para cada uma. Kang rouba totalmente o protagonismo em todas as cenas que aparece, seja pela sua presença ou seus monólogos.

Paul Rudd e Michelle Pfeiffer (Janet Van Dyne) não se distanciam da grandiosa atuação de Majors, e ambos carregam a comédia e o mistério do filme. Rudd, como sempre, é cômico nos momentos certos e sabe ir do drama a ação a comédia em poucos segundos; enquanto Pfeiffer traz consigo todo o mistério do mundo quântico, dos seres que lá habitam e até mesmo do grandioso vilão.

Enquanto Kang é um ótimo vilão para o filme, o roteiro do longa é o oposto. Em alguns momentos as falas dos personagens são mal colocadas, a história é bem rápida para chegar logo no reino quântico e são poucos os personagens novos, que são desenvolvidos ao ponto de uma mínima ligação ou consideração.

Em contraponto, por mais que não seja tão explorado, o próprio reino quântico é rico em detalhes visuais e a viagem pelo novo universo tem os ares de ‘Star Wars’, com um povo diverso, que se sustenta, mas não recebe a devida atenção para o público se interessar de fato com seus problemas, assim como M.O.D.O.K (Corey Stoll), o qual é bizarramente aceitável dentro do contexto, mas se perde no clichê.

Ao mesmo tempo que Kang busca voltar a conquistar, Scott só pensa em reconquistar o tempo perdido com sua filha Cassie (Kathryn Newton), nos apresentando, assim, ao enredo, que é a família. Mesmo sendo mais um filme do homem-formiga, o terceiro ato do longa o eleva para o melhor da trilogia, mas isso não deixa com que toda a história seja superior ou inferior ao nível já apresentado. No fim, é mais um filme do personagem que impacta o UCM (universo cinematográfico da Marvel) de uma maneira leve e simples, mas dessa vez com um vilão mais épico e grandes promessas para o futuro desse início da construção da fase 5.

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Gabriel Caiafa

Acredito que críticas podem ser acessíveis e não elitistas. Aqui, os meus textos tendem a ser com uma escrita descomplicada, porém técnica e sem spoilers!