Adão Negro | Crítica

Gabriel Caiafa
2 min readOct 23, 2022

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Uma história meio confusa para a origem de um personagem sério em seus posicionamentos

3/5 — Bom

Gabriel Caiafa

Com a promessa de mudar a hierarquia da DC, Adão Negro apresenta novos heróis ao DCEU (Universo Estendido DC), expande a mitologia de Shazam, traz críticas reais, mas não consegue criar um apego e uma conexão com a maioria de seus personagens e uma profundidade da história apresentada.

Na antiga Kahndaq, Teth Adam (Dwayne Johnson) recebeu os incríveis poderes dos deuses, mas após usá-los para vingança e se tornar o Adão Negro, ele foi aprisionado. Quase cinco mil anos se passaram, e o Adão Negro passou de homem, a mito e lenda. Agora libertado, sua forma única de justiça, nascida do ódio, é desafiada por heróis modernos que formam a Sociedade da Justiça: Gavião Negro (Aldis Hodge), Senhor Destino (Pierse Brosnan), Esmaga-Átomo (Noah Centineo) e Ciclone (Quintessa Swindell).

O que liga o filme à realidade é o fato que Kahndaq aborda ocupação territorial e escravidão do antigo Egito, o que é relevante para as motivações dos cidadãos se posicionarem a favor de alguém representando e lutando por eles, e conflitar o posto de herói ou vilão do protagonista, o que, depois de algum tempo afirmando que não é o mocinho, acaba ficando maçante.

Toda a ação do filme é bem coreografada, com lutas visualmente bonitas e cheias de porradaria feita de diferentes formas, o uso de câmera lenta em algumas cenas para enfatizar algum poder, soco ou movimento ajuda a tornar o momento mais épico, apesar de que, em algumas poucas vezes, o CGI (efeitos de computador) é insuficiente.

A Sociedade da Justiça é curiosa e instiga, porém, não se torna tão relevante em aprofundar seus membros ao ponto de rirmos do alívio cômico do Esmaga-Átomo ou vermos algum além-romântico entre ele e a Ciclone, infelizmente foram dois personagens deixados muito de lado. Os dois mais importantes e mais aprofundados, mas não tanto assim, são o Gavião Negro, com toda uma pose de herói americano e de líder natural, e o Senhor Destino, o mais elaborado, chegando até a roubar o protagonismo de Adão Negro, graças a bela atuação de Pierse Brosnan e de toda a peculiaridade do personagem.

Há de se destacar todos os uniformes dos heróis e vilões, que trazem suas características pessoais, belos detalhes e uma composição visual que destaca cada um.

Dwayne Johnson passou anos desenvolvendo um filme solo para o vilão, que agora é posto como anti-herói, e se entrega de corpo — literalmente — e alma para o papel, conseguindo até uma cena pós-créditos que todo fã do DCEU ficará grato.

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Gabriel Caiafa

Acredito que críticas podem ser acessíveis e não elitistas. Aqui, os meus textos tendem a ser com uma escrita descomplicada, porém técnica e sem spoilers!